Breve história
No Mundo
1830 – Sir Charles Bell, famoso anatomista e cirurgião britânico, descreveu uma mulher, com paralisia progressiva dos membros e da língua, mas com sensibilidade normal. Ao estudo anatomopatológico verificou-se que a porção anterior da medula se encontrava amolecida, com preservação da porção posterior.
1848 – François Aran, um famoso clínico e escritor médico francês, descreveu uma nova síndrome, denominada de Atrofia Muscular Progressiva (AMP), caracterizada por fraqueza muscular progressiva de natureza neurogênica.
1869 – Em 1869, Jean Martin Charcot, o primeiro professor de neurologia na Salpêtrière, e Alix Joffroy, Professor de Psiquiatria na Faculdade de Medicina de Paris, descreveram dois pacientes com AMP com lesões associadas na porção anterolateral da medula nervosa. Eles não deram o nome de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) para estas entidades, mas eles determinaram as principais características para o seu reconhecimento.
1865 – Também coube a Charcot a descrição de Paralisia Bulbar Progressiva (PBP) e de Esclerose Lateral Primária (ELP), inclusive esta última sendo o primeiro caso descrito de uma enfermidade como síndrome do neurônio motor, em uma paciente em crise de histeria e alterações motoras. No entanto, estas duas entidades não eram classificadas como Esclerose Lateral Amiotrófica.
1933 – Brain introduziu o termo Doença do Neurônio Motor para todas estas, aparentemente, diferentes doenças.
1969 – Brain e Walton consideraram DNM e ELA como sinônimos, embora o termo ELA seja o mais frequentemente utilizado.
Uma série subsequente de estudos suportou a opinião que AMP, PBP e ELP eram subtipos de ELA. O grupo, como um todo, estaria relacionado a um processo degenerativo do Sistema Nervoso Central, com espectro clínico variado, com processo atrófico em um extremo, espástico em outro, e ambos no centro. Com o tempo, casos com característica clínica de um extremo, poderiam apresentar características associadas de outro extremo.
Nos Estados Unidos esta entidade é conhecida como Doença de Lou Gehrig, famoso jogador de Beisebol das décadas de 1920 e 1930, que veio a falecer com ELA, em 2 de junho de 1941, cerca de três anos após a instalação dos primeiros sintomas da doença aos 38 anos de idade. Por muitos anos, a ELA era comumente conhecida como doença de Lou Gehrig.
Gehrig jogou com o New York Yankees por 17 anos e recebeu o apelido “The Iron Horse” (O Cavalo de Ferro) devido à sua capacidade de jogar beisebol, apesar de sofrer várias lesões.
Ele foi diagnosticado com ELA no seu 36º aniversário durante uma visita com sua esposa Eleanor à Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, em 19 de junho de 1939. Antes de seu diagnóstico, Gehrig notou vários sintomas da doença como perda de força, escorregões e quedas e perda de coordenação.
Logo após seu diagnóstico, Gehrig decidiu se aposentar do beisebol. Os Yankees nomearam o dia 4 de julho de 1939 como “Dia em Honra a Lou Gehrig” no Yankee Stadium e homenagearam seu ex-primeiro jogador de base por seu comportamento esportivo e dedicação ao jogo. Nesse dia, quase 62.000 fãs ouviram Gehrig enquanto ele fazia seu famoso discurso, onde se considerava “o homem mais sortudo da face da terra“.
1909 – Coube ao Dr. Cypriano de Freitas a primeira descrição de ELA.
1916 – Dr. Gonçalves Viana, professor catedrático de Anatomia e Fisiologia Patológicas de Medicina de Porto Alegre, descreve dois pacientes com ELA. Um dos pacientes, com apresentação inicial bulbar, foi motivo de estudo e de defesa de tese pelo Dr. Raul Moreira da Silva. Dentre as principais conclusões destacaram-se:
Embora já sejam passados um século, as conclusões continuam verdadeiras e isto só faz aumentar a nossa responsabilidade.
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