Uma das vozes mais atuantes no Brasil na defesa das pessoas com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), a advogada Alexandra Szafir, 50, morreu por volta das 23h desta quinta-feira (3).
Ela tinha sido internada na quarta-feira (2) no HCor com insuficiência respiratória e início de pneumonia. Alexandra chegou a ser estabilizada pelos médicos, mas o quadro respiratório voltou a ter complicações e ela não resistiu, segundo informações de um de seus melhores amigos, Jorge Abdalla, presidente da Associação Pró-Cura da ELA. “Estou muito triste, muito triste. Ela não podia nos deixar”, afirmou Abdalla.
Lutando contra a enfermidade degenerativa e progressiva desde 2005 e, aos poucos, sucumbindo a seus efeitos, como a perda total da mobilidade e da capacidade respiratória, Alexandra não fez do drama ou das perdas o seu sentido de viver.
Fez o contrário: lutou até o último dia por melhores condições às pessoas com a doença, ajudando financeiramente, com a sua imagem e com o seu prestígio por mais pesquisas, medicamentos e equipamentos de assistência aos que têm ELA.
Paralelamente à dedicação à Associação Pró-ELA, a advogada militou no direito voltado às minorias. Escreveu, em 2010, “desCasos, uma Advogada às Voltas com o Direito dos Excluídos” e, em 2014, “Descasos 2”.
Embora não conseguisse mais falar, Alexandra se comunicava por meio dos olhos que acionavam as letras no computador e enviava suas mensagens para o mundo. Respirava com auxílio de aparelhos e levava o dia a dia com auxílio das forças da incansável assistente, Magna.
“Alexandra era uma pessoa rara, com uma doença rara. Raros os que a conheciam e não a admirassem por sua bravura e sua generosidade”, diz o amigo e confidente, o empresário Jorge Abdalla.
A advogada, que deixa os filhos Pedro e Isabella, morreu no hospital, na quinta (3), por complicações no sistema respiratório.
Texto de Jairo Marques